A norma Solo — Sondagem de Simples Reconhecimento com SPT — método de ensaio NBR 6484 foi revisada recentemente e destacou de modo mais preciso a execução, detalhamento e apresentação dos resultados. Em suma, apesar dos avanços na normatização alguns erros ainda são comuns de serem observados na prática. Neste artigo serão destacados 07 erros que se pode encontrar na execução deste ensaio.
ERRO 1: Falta de certificação dos equipamentos
Geralmente as empresas não calibram os equipamentos, por causa principalmente da “economia”. Na maioria dos casos não há certificados de calibração tanto em relação às dimensões quanto aos pesos utilizados. Contudo, esta prática tem sido modificada devido o maior rigor técnico das operações.
Trépano e hastes (comprimento e rigidez)
Dimensões da cabeça e sapata do amostrador
Dimensões do corpo do amostrador
Dimensões/peso do martelo
Cabeça de bater
A falta de padronização interfere enormemente no resultado. Em pesquisa recente SILVA, R C M (2016) observou que 2/3 das empresas investigadas de sondagem da região de Goiânia – GO não possuem equipamentos calibrados. Em suma, o mercado carece de empresas que apresentam um maior rigor técnico
ERRO 2: Metodologia de ensaio
Em relação a metodologia os principais itens que sofrem variação são:
Altura de queda do martelo;
Frequência de golpes;
Operação do trépano de lavagem;
Excentricidade do martelo;
Uso de circulação de água acima do NA.
Contudo, segundo Belincanta e Ferraz (2000) existem quatro tipos básicos de ensaio de Sondagem de Simples Reconhecimento com SPT operados no Brasil. A falta de padronização influencia na comparação interlaboratorial e na interpretação dos resultados, pois dificultam a avaliação dos resultados.
ERRO 3: Avanço da perfuração feita pelo próprio amostrador
Quando do uso do avanço da perfuração com o próprio amostrador, por causa do “aumento da produtividade”, levam a erros sistemático no valor do NSPT, sendo em média 131,5% superiores àqueles obtidos quando da perfuração com trado até o lençol freático e circulação d’água abaixo do mesmo. Contudo, ainda existe esta prática, pois mais que seja condenável. Por causa de erros deste tipo vários problemas podem ocorrer nos projetos geotécnicos.
ERRO 4: Alterações nas condições do solo
Qualquer operação atípica na percussão irá alterar as condições do solo. Pois, ao introduzir água no furo de sondagem para “amolecer o solo”, retornar avanços, reduzir a altura de queda irá “camuflar” os valores de:
Resistência;
Compacidade relativa ou consistência;
Permeabilidade;
Grau de saturação;
Sensibilidade (argilas);
Granulometria.
Em suma, os dados obtidos não serão relevantes para o projeto geotécnico, pois levam a erros sistemáticos.
ERRO 5: Falta de avaliação na quantidade de energia transferida
A avaliação da quantidade de energia transferida ao conjunto de hastes devida ao impacto do martelo durante o ensaio é de fundamental importância para verificar a eficiência do equipamento utilizado para a realização do ensaio. Pois, conhecendo-se a eficiência é possível então comparar valores de N obtidos com diferentes equipamentos. Para tanto, deve-se verificar cada equipamento segundo a ABNT NBR 16796.
ERRO 6: Efetuar sondagens insuficientes para caracterizar o solo e sua estratigrafia
A NBR 8036 prescreve a quantidade mínima de Sondagens para cada tipo de obra em função da área projetada. Considerando a variabilidade espacial do terreno, é de fundamental importância seguir a procedimento normativo de modo a caracterizar corretamente o maciço. Por causa de tomada de decisão para realizar menos ensaios, pode-se obter dados insuficientes para o projeto geotécnico.
ERRO 7: Falta de contraprova
O gráfico abaixo apresenta os resultados de 5 empresas na região de Goiânia – GO para uma mesma região amostrada. A contraprova foi essencial para a tomada de decisão, pois proporcionou um projeto geotécnico mais seguro. Em suma, é extremamente importante realizar ao mínimo uma contraprova da sondagem, principalmente quando não há laudos de calibração dos equipamentos.
